terça-feira, 28 de fevereiro de 2012 | By: Mel

Traficante



Chegaste de mansinho,
foste se infiltrando
em minha vida,
todo dia e cada dia 
um pouco mais ...
Não preguntas-te nada,
nem me pediste licença...
Foste ficando...
E me invadiste de ternura...
Não pude resistir...

O tempo todo ali...
A palavra na hora certa...
Que raiva!
Porque abri a guarda?
Até que me tomaste de mim,
viciando-me com tua doce
presença...
Eu me agarrei a ti com
unhas e dentes...
Feito Leoa se protegendo 
e defendendo a cria...
Te dei minhas mãos,
meus braços e minha alma...
Não me restou nem uma gota de
brio, viciado é assim...

perde até a  dignidade
fiquei à merce...
Aí me abandonaste,sem ter,
nem porque...e acho que
morrerei sem saber...

Logo tu que me juraste

ser leal...foi só o que
pedi...nem fidelidade
eu queria...
Agora á própria sorte...
Sofrendo da abstinência...
de tua ausência,
não resta mais nada...
A não ser pedir  mais uma dose...
...e sempre mais uma...e rastejar
por outra...

Até morrer de overdose de ti!




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